quarta-feira, 16 de abril de 2014

Após dois dias sem baixar, nível do Cantareira volta a cair e chega a 12%

Depois de dois dias sem baixar, os reservatórios de água do Sistema Cantareira voltaram a atingir o menor índice de sua história nesta terça-feira (15). Após chuva de apenas 1 milímetro registrada na segunda (14), o volume acumulado voltou a 12%, o mesmo registrado no sábado (12).
No domingo (13), o Sistema apresentou sinais de recuperação ao subir 0,1% e atingir 12,1%, com ajuda da chuva de 34,3 milímetros. Na segunda-feira, manteve-se o mesmo número.
A previsão é de chuva em São Paulo e também em Minas Gerais até quarta-feira (16-Hoje), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O tempo deve ficar instável no norte do estado. A média de chuva neste mês está em 55,5 mm. A média histórica para abril é de 89,3mm.
Para incentivar a economia de água pela população, o governo de São Paulo ampliou o desconto para 31 cidades da Região Metropolitana. A medida, válida desde 1º de abril, dá desconto de 30% na conta para quem economizar em 20% o uso de água.
Antes, a proposta valia para moradores de 11 municípios de regiões abastecidas pelo Cantareira.
Julho
A estiagem atípica registrada no primeiro trimestre de 2014 antecipou, do fim de agosto para meados de julho, a previsão de "colapso" no Cantareira, aponta um novo estudo do Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão (GTAG) do sistema.
Em fevereiro, a previsão era que o volume útil das represas se esgotaria no final de agosto, no cenário mais pessimista de falta de chuvas. Agora, nas mesmas condições, a estimativa é que a água acabe já em julho, forçando a retirada, a partir de então, do chamado "volume morto", que necessita de bombeamento para ser captado.
O relatório do GTAG é assinado pelo Daee, pela ANA, pelos comitês das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e das Bacias do Alto Tietê, e pela Sabesp, após uma reunião no dia 28 de março.
Saiba como economizar
Para economizar água, a Sabesp recomenda que o consumidor adote algumas atitudes diárias. Veja abaixo:
- Tome banhos rápidos e feche a torneira ao se ensaboar;
- Lave a louça de uma vez e feche a torneira ao ensaboá-la;
- Não lave a calçada nem o quintal, use a vassoura;
- Ao lavar o carro, use um balde;
- Acumule roupas para lavar na máquina de uma vez só;
- Deixe a torneira fechada ao escovar os dentes e fazer a barba.
Outro fator que colabora para o desperdício de água são os vazamentos. A Sabesp oferece um curso gratuito que ensina práticas simples para identificar possíveis problemas em instalações hidráulicas. O programa é aberto ao público em geral e é ministrado nos períodos da manhã e da tarde.
Os participantes recebem uma cartilha explicativa ilustrada e um certificado de conclusão.
Quem se interessar deve procurar a regional da Sabesp mais próxima de sua residência. Visite o site da empresa para conferir os endereços.
"Esperamos que esse assunto se resolva logo,e o reservatório da Cantareira fique cheio de água.Sem água não a vida,por isso vamos economizar e torcer pro nível de água aumentar,faça sua parte".

Xadrez é esporte para o cérebro



Silêncio e concentração. Sobre a mesa, papel e caneta, o crônometro, um tabuleiro, 32 peças nomeadas: rei, rainha, cavalo, bispo, torre e peão. Frente a frente estão os adversários. Começa o jogo. As peças se movem rapidamente sobre o tabuleiro de 64 casas brancas e pretas.

Ainda calmos, os jogadores têm em mente as várias possibilidades de lances a serem jogados. O bater do relógio atenua a cada toque o inimigo em comum: o tempo. Enquanto um competidor pensa e arma estratégias, o outro anota os lances em uma planilha e logo idealiza a próxima jogada.

E assim são horas e mais horas de partida. Tudo só acaba quando um dos participantes decreta o tão famoso “xeque mate” ou ouve o colega sussurrar tristemente a palavra “abandono”. Na pior das hipóteses, se ninguém alcançar a vitória, o consenso pelo “empate” é a saída.

Assim é o xadrez, o segundo esporte mais praticado no mundo, perdendo apenas para o futebol, de acordo com o livro “O que é Xadrez”, de Paulo Sérgio dos Santos. Apesar disso, no Brasil a modalidade não é popular — daí ser comum ouvir expressões como “Ah, é um jogo chato”, “não me atrai”, “é muito parado”, “é um jogo de gente inteligente”.
Rogério Pereira de Sousa, da Secretaria de Esportes de São Bernardo, acredita que esse preconceito que envolve o xadrez se deve à pouca difusão e exposição do esporte no país e na mídia. Por outro lado, para quem joga, o divertimento está em cada segundo e os benefícios que esse esporte-ciência pode trazer são tantos que desvendar os segredos de um tabuleiro pode resultar em melhorias para a vida.

Enxadrista há sete anos, Líria Caetano é colecionadora de títulos. É campeã brasileira sub-20, campeã paulista feminino sub-18 e representante oficial do Mundial Juvenil / 2008 e Mundial Universitário/ 2010. Segundo ela, esse esporte não é um jogo tão monótono e calmo como as pessoas pensam. “Parece um jogo silencioso e até maçante. Exteriormente é tranquilo e concentrado, mas interiormente é uma mistura de pensamentos e sensações que o tornam tão agitado e prazeroso quanto um esporte físico qualquer.”

O professor de xadrez e presidente da Liga de São Bernardo, Renato Luiz Batista, explicou: “O desafio não acaba no tabuleiro. Movimentar as peças do xadrez significa, muitas vezes, um movimento na vida de uma pessoa. Essa relação jogo-vida é positiva quando se está buscando uma transformação”.

Autoestima, autocontrole, autoconfiança são pontos que o professor Batista percebeu no desenvolvimento de seus alunos. Além disso, é comprovado que a prática do xadrez exercita áreas do cérebro que desenvolvem a memória, cálculo, associação, abstração e o uso do aparelho psíquico.

Além disso, o xadrez é considerado um dos esportes mais democráticos que existem porque permite mulheres e crianças competirem com homens adultos — é a única modalidade esportiva em que uma pessoa confronta diretamente vários adversários ao mesmo tempo, em condições de igualdade. “É um jogo inclusivo, que aceita diferenças de faixas etárias, origens, sexo, físico e classe social. Jogando, você aprende a interagir com o ambiente e a respeitar o outro”, disse Sousa.

Líria Caetano conta que o xadrez ajudou muito em sua vida. “Mostrou a importância de reconhecer meus erros, meu ritmo e limite, a relevância de ser ético e responsável. Conhecer o universo desse jogo é uma experiência muito válida.”

Juliana Sayumi Terao joga desde os seis anos e hoje, com 19 anos, já participou de três Mundiais e foi 14 vezes campeã brasileira em variadas categorias. A garota apontou para a importância das escolas incluírem o esporte na grade curricular. “É preciso mostrar às pessoas como o xadrez acrescenta na nossa vida e tirar essa imagem de que é coisa para os vovôs e nerds.”

Origem- Não se sabe ao certo como, onde e quando o jogo de xadrez surgiu. Alguns historiadores defendem a ideia de que foi na China; outros, que o esporte surgiu na Índia com o nome de sharutanga, nos séculos 6 e 7 d.C. Sabe-se, porém, que, na Idade Média, na Europa, a modalidade sofreu censura por parte dos membros da Igreja Católica, que viam o jogo como um canal de perdição.

Polêmicas à parte, após a Primeira Guerra Mundial os jogadores de xadrez sentiram a necessidade de criar uma linguagem universal para o esporte. Assim, em 1922, foi fundada a Fide (Federação Internacional de Xadrez). Após a Segunda Guerra Mundial, a entidade passou a organizar um sistema de disputa do título mundial de xadrez e hoje é reconhecida pelo COI (Comitê Olímpico Internacional).

No Brasil, foi criada em 1924 a CBX (Confederação Brasileira de Xadrez). Mas apenas em 1967 é que ocorreu a primeira experiência do jogo nas escolas — realizada por Taya Efremoff, em Araraquara (SP), dona do título de Mestre Internacional no esporte.

Tecnologia- Com o avanço da tecnologia, o xadrez se aproxima ainda mais das pessoas, possibilitando, via computador, a disputa entre jogadores de todas as partes do planeta. Basta apenas um clique, e a partida começa. “Existe uma geração nova de enxadristas que sofrem forte influência dos computadores e softwares de xadrez. O tabuleiro convencional está perdendo a vez”, disse Rogério Pereira da Sousa.


O site   www.clubedexadrez.com.br  disponibiliza as regras oficias do jogo; já o    http://www.xadrezonline.com.br/   permite ao usuário jogar com outra pessoas conectadas ao redor do mundo.